Apesar da ampla cobertura vacinal, número de óbitos de idosos por gripe aumentou em 2018

03/09/2018

O Ministério da Saúde divulgou na última semana que atingiu 90% da cobertura do grupo prioritário de vacinação contra a gripe, que inclui a população acima de 60 anos. Apesar do resultado geral, gestantes e crianças entre seis meses e cinco anos estão com proteção vacinal de 77,8% e 76,5%, respectivamente. Entre os idosos, o número de óbitos por influenza aumentou 124% entre janeiro e julho deste ano em relação ao mesmo período em 2017. 

O vírus da gripe pode sofrer mutações e a intensidade das infecções variar entre um ano e outros. O Ministério da Saúde avalia a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por influenza os tipos A e B, os mais comuns no Brasil, na qual inclui a H1N1 e H3N2 ligadas ao tipo A da doença.

A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia chama a atenção para a necessidade da imunização especialmente em idosos que apresentam fatores de risco, como pneumopatias, doenças cardiovasculares e diabetes. "Os idosos com estas doenças são os que mais sofrem com a influenza, tanto na mortalidade quanto na comorbidade. É preciso engajamento desta faixa etária para a imunização", diz Dra. Maisa Kairalla, presidente da Comissão de Imunização da SBGG.

Em abril o governo havia anunciado a expectativa de vacinar mais de 54 milhões de pessoas entre idosos, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), crianças entre seis meses e cinco anos, trabalhadores da saúde, professores das redes pública e privada, povos indígenas e pessoas privadas de liberdade, além dos funcionários do sistema prisional. Ao todo foram distribuídas 51,4 milhões de doses para a população prioritária.

Maisa ressalta a importância da vacinação de todos as pessoas acima de 60 anos, uma vez que a influenza pode interagir com outras doenças e agravar o quadro clínico do paciente. "O governo prioriza a população com doenças crônicas, mas todos os idosos devem ser vacinados. A influenza deixa a pessoa fragilizada e muitas vezes há associação com infecções bacterianas, como é a pneumonia e outros problemas de saúde", finaliza a especialista.


FONTESociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia