Relação com pets podem afastar isolamento e melhorar qualidade de vida
"É comprovado cientificamente o benefício da relação entre homem e o animal em todas as faixas etárias. Após o envelhecimento, os pets possuem um papel fundamental na vida da pessoa idosa, ajudando a afastar a solidão e na promoção de atividades físicas e mentais". É o que aponta a psicóloga Valmari Aranha.
Para a especialista em gerontologia pela SBGG, um dos principais problemas da atualidade é a depressão e isolamento dos idosos, seja pela falta de convívio social ou por algum problema de saúde que comprometa a capacidade física e cognitiva. Neste sentido, os pets podem contribuir para melhorar a qualidade de vida do indivíduo. "As pessoas estão vivendo mais, os filhos estão envolvidos em outras atividades e não têm tempo real de ficar com aquele idoso e o animal as vezes faz esse papel. Ele interage, cuida e protege esse idoso na medida que o animal também tem uma dependência", diz.
O ato de levar para passear e cuidar da higiene do animal também estimula o idoso a se movimentar e mantém um senso de responsabilidade, contribuindo para que o idoso realize pequenas tarefas do dia a dia. Além disso, a relação com os pets pode contribuir de forma significativa para a melhora da ansiedade, estresse e doenças crônicas, como hipertensão.
Segundo Valmari, que também é secretária-adjunta da SBGG, o convívio com animais pode trazer efeitos positivos em pessoas com demências, reduzindo possíveis traços de agressividade. "A relação com o animal é muito pura e acaba acalmando pessoas que tenham algum sinal mais violento", explica. Porém, é preciso tomar cuidado: animais muito grandes podem atrapalhar a mobilidade e ocasionar uma queda.
Um ponto importante a ser destacado na relação entre o idoso e pets é que o convívio deve ser natural e respeitar os gostos individuais de cada pessoa. "Tem que preservar a autonomia e a história do idoso. Não é porque faz bem que toda pessoa mais velha precisa ter um animal. O pet é interessante para quem gosta de animais", ressalta Valmari.
Luto pela perda
A expectativa de vida dos animais domésticos é muito inferior à do homem, então não é raro que pets faleçam antes dos seus donos idosos. Segundo Valmari, lidar com o luto da perda de um animal deve ser marcado pelo respeito, nunca diminuindo a perda. "As pessoas se envolvem com o animal como um membro da família, como alguém que dá sentido para a vida do idoso. Então a dor da perda do dono com o seu animal de estimação é tão digna e nobre quanto qualquer outro luto", explica.
O menosprezo ao luto pode contribuir para que o idoso se isole socialmente e desenvolva quadros de depressão. Para isso, o suporte familiar é de extrema importância, aponta a especialista em gerontologia. "É preciso validar, respeitar e ajudar a superar este luto, ressignificando a perda e reinvestindo a energia que antes era colocada no pet em outras relações da vida", finaliza.
Fonte: sbgg.org.br